quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Pauta para HTPC

Pauta HTC

Tema: O desenho – Imitação e cópia
Leitura: Primeiro movimento
Reflexão: Imitação e cópia
Produção escrita: A partir da reflexão sobre arte, de que modo você irá preparar a sala para a aula de arte? Que materiais são oferecidos? Há exposição de trabalhos de alunos? Que outras imagens há na parede? Como é feita a organização do espaço? Há referências, obras de arte?


Primeiro Movimento

Adoro o barulho da pilha de caixas que se desfaz no chão. Não me importo de montá-la muitas vezes.
Antes eu passava muito tempo olhando para as minhas próprias mãos, talvez nem soubesse quem eram minhas mesmo. Com elas batia feliz no móbile acima do meu berço e sacudia os chocalhos.
Escutava os sons; gostava também de brincar com eles, dançando no berço, cantando e experimentando todos os sons de minha boca e as possibilidades de movimento do meu corpo. Diverti todos, menos minha mãe, quando aprendi a vibrar meus lábios, criando um incrível “chuveiro”
Adoro rasgar papel e espalhar as páginas de uma revista.
Sou também um imitador e um bailarino dos bons. Já sei que caneta ou um lápis servem para riscar, e assim vou preenchendo papéis e, se me deixam as paredes. No começo eu não percebia que podia comandar o traço que saía do lápis. Depois percebi que podia controlá-lo e brincava repetindo o ziguezague em todos os sentidos. Comecei também a pesquisar as formas arredondadas, e fui criando o que minha “vó” diz que são novelos. Experimentei também colocar esses desenhos em vários cantos do papel.
Hoje eu gosto mesmo é de inventar formas. Faço grandes bolas, triângulos e quadrados. Na escola fizemos um livro de formas. E olhei também muitos pintores que pintam quadros, e meus colegas, que fizeram formas parecidas com as minhas.
Brinco com massinha. Explorando, como dizem os mais velhos, o tridimensional. No começo eu só amassava massinha ou barro. Hoje eu faço bolinhas e rolinhos comprimidos, que os grandes chamam de cobrinhas. Gosto de ver as formas que faço conforme vou mordendo a banana, ou o biscoito. É divertido!
Não me deixam muito brincar com tintas. Gosto de espalhar em minhas mãos, sentir sua textura e seu cheiro. É gostoso espalhar no papel!
Quando me perguntam o que estou desenhando vou inventando coisas. Outro dia respondi que era “um vermelho” e “um verde” e a professora ficou só me olhando. Acho que ela queria que eu inventasse outra coisa.
Adoro “fazer música” e descobri que todos os materiais podem ser instrumentos musicais: as panelas de cozinha, a mesinha da sala, baldes, o chão e também, os instrumentos de verdade que temos na escola. Gosto de inventar, experimentar tocar e ouvir os sons produzidos, de descobrir diferenças entre eles e não consigo entender porque sempre me perguntam que música está tocando? Será que só devemos tocar as músicas que já estão prontas?

Imitação e cópia

A imitação é uma forma importante de aprendizagem. Assim como imita o gesto e o som a criança imita a ação adulta de riscar no papel. Seu interesse está no gesto, que imita com muito prazer, não na intenção daquilo que o adulto está fazendo. Imita a ação: o agir, escrever, desenhar, cantar, dançar, tocar... A importância está na própria ação, e é isso que imita.
Para além da imitação, contudo, há uma reação estética. É importante lhe oferecer oportunidades de contatos sensoriais e perceptivos com o mundo da natureza e da cultura humana.
Infelizmente, há uma pressa para que a criança deixe logo as garatujas e passe para os desenhos reconhecíveis. Para algumas pessoas, só há desenho quando a criança faz o figurativo. Só há música quando existe uma melodia definida. Antes disso é só rabisco ou barulho. Como se essas manifestações não fossem sumamente importantes!
Nossa tarefa maior como, como educadores dessa faixa etária, é ampliar as possibilidades de pesquisa, valorizando a exploração gráfica, plástica, tátil, sensorial, sonora, corporal, desafiando a criança com projetos propostos a partir da observação atenta e sensível de sua própria ação.
O que acontece quando você testa pela primeira vez uma caneta? Não são garatujas?
Esse é o modo intuitivo de estar no mundo, o desejo de experimentar e arriscar, que vai acompanhar a criança. E ainda não há uma obrigação de representar algo.

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